A minha Lista de blogues

31/01/2009

ULUME ( Afroasiático)

Norte de África

A amarelo a divisória do Sahel

As línguas afro-asiáticas ou hamito-semíticas. são uma família de línguas de cerca de 240 línguas e 285 milhões de falantes, espalhados pelo norte e leste da África, a região do Sahel e o sudoeste da Ásia. Outros nomes por vezes dados a essa família incluem "afrasiática", "lisrâmica" (Hodge 1972) e "eritréia" (Tucker 1966).
As seguintes subfamílias lingüísticas estão incluídas: Línguas bérberes , tchádicas ou do Tchade , egípcias , semíticas , cuchíticas ,beja (classificação controversa; geralmente classificada como parte do grupo cushítico) omóticas.
A língua ongota é considerada como afroasiática, mas sua classificação dentro da família continua controvertida, em parte por falta de dados mais concretos.


A África do norte é marcada pelo predomínio da religião Islâmica que chegou ao norte do continente durante o processo de expansão do islamismo, com o objetivo de difundir a fé muçulmana.
A miscigenação com africanos de raça negra teve origem nas migrações para norte provocadas pela escravatura dos grandes Impérios da Antigüidade e pelo Império Islamico, grande conversor e escravizador de populações negróides pré-islamicas.

O Norte de África encerra numerosos tesouros culturais, considerados património mundial.
Importantes florestas tropicais, que desempenham um papel fundamental nas migrações das aves e que servem de abrigo durante o Inverno. O Parque Nacional de Ichkeul na Tunísia, o Parque Nacional do Banco de Arguin na Mauritânia e o Parque Nacional das aves Djoudj no delta do rio Senegal, cuja maior singularidade consiste na co-habitação de cerca de um milhão e meio de aves aquáticas, com animais subdesérticos como os grandes varanos ou gazelas.[1]
O Parque Nacional do Banco de Arguin, localiza-se na costa atlãntica da Mauritânia, ao sul do Cabo Blanc, entre os 19º 21’ e os 21º 51’ de latitude e 16º e 16º 45’ longitude oeste e tem uma área de 1.200.000 ha.

Carta do Parque Nacional de Arguin

­­­­­­­­­­­­­­­­­­­---------- Limites do Parque
--------- Pistas principais


O parque possui três formações bem diferenciadas:
O sector terrestre.
O sector costeiro - que inclui um bom número de ilhas.
O sector marinho – águas litorais pouco profundas, raramente mais de 5 metros e uma elevada produtividade biológica.
O sector terrestre é formado por um árido deserto de areias terciárias e quartenárias, com precipitação médial anual de 34 a 40 mm e os ventos são fortes podendo atingir 28 km/h. A vegetação é dominada por espécies variadas com certa influência mediterrânica.
Destaque-se a Acácia (Acácia tortilis), a espécie Balanites agypticaca de frutos comestíveis e sementes oleaginosas, a Euforbia balsâmica e o Esparto ( Leptadenia spartum).
Na fauna, tem um protagonista de excepção, a Gazela (Gazella dorcas). Esta espécie, antigamente abundante ( em grande parte no Saara Ocidental), foi levada quase á extinção na 2ª. Metade do século XX.

Gazela Dorcas

Parque de Arguin

Dentro dos carnívoros, os areais do parque, registam a presença do Feneco ( Fennecus zerda), pequeno canídeo de enormes orelhas, o Gato-Silvestre-Africano ( Felis Lybica) e o Gato-do-General-Margarita ( F. Margarita) assim como a visita ocasional da Hiena –parda ( Hyaena Hyaena).

Duas grandes transformações ocorridas na metade norte do continente africano tiveram um impacto na mudança e distribuição demográfica, uma climática e outra cultural. Por volta de 2000 a.C. o Saara transformou-se no grande deserto que é hoje. Este processo de transformação está balizado entre 8000 e 2000 a. C. e inicialmente possuía um clima muito mais húmido, terra própria para pastagens, com caça abundante, enquanto nos planaltos crescia uma floresta mediterrânica.[2]
A outra grande mudança consistiu na difusão de toda uma série de inovações iniciando uma série de progressos tecnológicos. Os utensílios aperfeiçoados, a cestaria e a cerâmica (transporte e armazenamento), a construção de cabanas mais ou menos definitivas e sobretudo a domesticação dos animais ( para alimento e força de trabalho) e as sementes e raízes podiam não só ser apanhadas como também cultivadas e melhoradas. Em primeira análise ressalta que os grupos criavam condições para se tornarem maiores e mais estáveis ( sedentarização).
Para dar algumas certezas a Arqueologia revelou que as regiões adjacentes da Europa e Próximo Oriente afinal não eram muito mais evoluídas , o que deita por terra as teorias etnocentristas de alguns historiadores que atribuíam como “ berço da civilização” o Próximo Oriente (Crescente Fértil).
Os povos do Saara antes de se transformar em deserto, trabalhavam o barro há tanto tempo como os povos do Próximo Oriente, assim como a pastorícia.
Mas afinal aquela ideia de que a agricultura tinha transformado o nómada (recolector-caçador) em sedentário e de que este seria um estágio mais evoluído, foi posta em causa pelas evidências arqueológicas ao mostrar que estes caçadores recolectores tinham afinal alcançado já antes os avanços tecnológicos que se atribuíam única e exclusivamente ao grupo sedentário. Ponto comum numa e noutra forma de organização será o de que, e em função da dieta alimentar que uns e outros foram observando, a variedade e a riqueza daquela determinava grupos mais fortes no sentido estrito da genética, da reprodução e sobrevivência.

A existência ou não de fontes de água é tido como dos factores mais importantes e determinante no desenrolar das acções humanas.
O rio Nilo é um grande rio do nordeste do continente africano que nasce a sul da linha do Equador e desagua no Mar Mediterrâneo. A sua bacia hidrográfica ocupa uma área de 3 349 000 km² abrangendo o Uganda, Tanzânia, Ruanda, Quénia, República Democrática do Congo, Burundi, Sudão, Etiópia e Egipto. A partir da sua fonte mais remota, no Burundi, o Nilo apresenta um comprimento de 6 627,15 km.

Trajectos do Rio Nilo

É formado pela confluência de três outros rios, o Nilo Branco (Bahr-el-Abiad), o Nilo Azul (Bahr-el-Azrak) e o rio Atbara. O Nilo Azul (Bahr-el-Azrak) nasce no Lago Tana (Etiópia), confluindo com o Nilo Branco em Cartum, capital do Sudão.
Ao contrário dos outros rios, que com o solistício de verão, diminuem, o Nilo a partir dessa época começa a crescer até inundar quase todo o Egipto.
O fecundo lodo que as cheias anuais depositam nas quártizcas areias transformam o vale do Nilo. Sem ele seria um “ vale da morte.
As aluviões seculares depositaram uma camada que, com um mínimo de dez metros, se eleva em alguns pontos do delta a trinta metros; uma massa escura, quase denegrida. “ A terra negra”, Kemet, foi um dos primeiros nomes que os antigos egípcios deram ao próprio país; Egipto derivação de Het-kapt, “ morada do Ka de Ptaah” refere-se originariamente a Mênfis.[3]

Há mais de cinco mil anos o Nilo vem proporcionando riquezas para as sucessivas civilizações e culturas que floresceram as suas margens. O limo transportado pelas águas e o controle de sua vazão, por meio de barragens, assegura a irrigação permanente das planícies por ele banhadas, que chegam a produzir três colheitas por ano: no inverno, trigo, cevada, cebola e linho; no outono, arroz e milho; no verão, algodão, arroz, cana-de-açúcar e oleaginosas.
Rio Nilo

É evidente que do ponto de vista cultural que, desde 35.000 anos antes da nossa era, o ser humano desenvolveu várias tecnologias especificamente relacionadas com as condições climáticas e geográficas existentes. Nunca será demais lembrá-lo, para que as justificações nem sejam “divinas” nem ficcionadas.
Sabe-se que os ossos do ser humano não se conservam na terra tanto tempo como os artefactos que ele próprio produz. Isto é particularmente verdadeiro na África tropical, onde os graus de humidade e acidez dos solos são elevados. Por outro lado os artefactos produzidos pelo ser humano ao longo do seu percurso e de um modo geral todo e qualquer elemento cultural, sofrem mutações e acontece que o que mais amplamente se expande não será necessariamente o que deu início ao processo.
Junte-se a isto que entre todos estes povos houve cruzamentos, originando múltiplos graus de mestiçagem , relacione-se aqui o termo mestiçagem com o hibridismo que é o cruzamento de indivíduos de Gêneros diferentes, e o produto deste cruzamento recebe o nome de Híbrido. Quando os produtos destes cruzamentos apresentam comportamento reprodutivo semelhante aos das espécies que lhes deram origem e apresentam-se férteis, convencionamos chamá-los de Mestiços.
A hibridação não se constitui um fato novo, nem mesmo uma descoberta de laboratório ou algo parecido, ela ocorre na natureza e constitui um fenómeno espontâneo.
Não temos também garantias de que estes povos tivessem sempre vivido com rigorosas fronteiras geográficas. O campo de interacções que a abertura geográfica disponibiliza é substancialmente mais diferenciado.
Considerando que não existem provas em contrário, pensa-se que não existe nenhuma relação directa entre o tronco étnico e o tronco linguístico, pelo que é deveras importante não confundir a raça com a língua e com a cultura.
Os linguistas modernos ,( o que quer, que isso signifique) pensam ,que pouco ou nada distingue o grupo de línguas hamíticas de África do grupo de línguas semíticas da Arábia e do Próximo Oriente, o arábico e o amarico a língua dominante dos planaltos etíopes, consequência de muitos séculos de aculturação e de fixação de povos de línguas semíticas, tornaram-se para todos os efeitos africanas. Daí que as chamadas línguas hamíticas africanas e as chamadas semíticas existentes no Próximo Oriente e em África se chamem AfroAsiáticas.

Zepelins Italianos

Bombardeamento de posições turcas em terrítório líbio durante a Guerra ítalo-turca (1911-1912).


Greenberg, Joseph H., Linguistics, anthropological theory, cultural anthropology; Africa.
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADbia
[1] AAVV, Património da Humanidade- África do Norte e Ocidental, Tomo III, Placresa, 1997
[2] FAGE, J. D., História da África, Lisboa, Edições 70, 1997.
[3] RACHEWILTZ, Boris de, A Vida no Antigo Egipto, Círculo de Leitores, 1958.

27/01/2009

ULUME ( Nilo-Saariana)

Mapa Etnolinguístico

Nilo-Saariana
A energia humana e durante vários milénios foi exclusivamente conduzida em função dos víveres sazonais, das reservas alimentares que os solos e as técnicas possibilitavam.
O solo arável constituía o fundamento da permanência dos grupos. Da variada riqueza das dietas alimentares, como consequência, os variados graus de “força” daí emergentes.
No início da permanência de qualquer grupo a dominante social seria a defesa do território contra “o estrangeiro”, a defesa do território dos “ancestrais”.
O solo favorece ou retarda os desenvolvimentos dos Estados, da mesma maneira que favorece ou entrava o desenvolvimento dos indivíduos e da família.[1]
Estamos naturalmente falando dos grupos sedentários, pois que também existiram e continuam a existir outras formas de relacionamento com o meio ambiente, tais como o nomadismo.
Uma família de línguas é um grupo de línguas rigorosamente identificado e é uma unidade filogenética, isto é, todos os seus membros derivam de um ancestral comum. Este ancestral é geralmente muito pouco conhecido directamente, uma vez que a maior parte das línguas tem uma história escrita muito reduzida.

As línguas nilo-saarianas são uma das famílias de línguas africanas que se desenvolveram na região do actual deserto do Saara, antes desta região ter começado a desertificar, há cerca de 10 000 anos, e na região sul do vale do rio Nilo até aos Grandes lagos Africanos. Com a desertificação, vários grupos tornaram-se bastante diferentes uns dos outros; um dos maiores grupos actuais é o dos songai do Mali, com mais de um milhão de falantes e cujo nome está associado a um grande reino que existiu naquela região (ver Timbuktu).

O problema é que esse grupo de línguas ainda é hipotético: não há comprovação de que todas essas línguas são de fato relacionadas e podem ser agrupadas conjuntamente. O membro mais ocidental desta família é o songhai, falado em grande parte do Alto Níger, Mali e Níger. O ramo saariano abrange as línguas do norte da Nigéria, da República do Chade e de alguns assentamentos da Líbia. O ramo nilo-chadiano conta com um milhão de falantes no Sudão, norte do Chade, parte de Uganda e do Quênia, e no limite noroeste do Congo. As línguas núbias se localizam na fronteira do sul do Egito, ao longo do alto Nilo.
Esta a divisão das linguas Nilo-Saarianas : acholi • alur • ateso • dinka • fur • kanuri • langu • lendu • lugbara • luo • maasai • masalit • nuer • songai.
Arte dinka
Encosto para a cabeça

As línguas nilóticas são o ramo oriental da família de línguas Nilo-saarianas. O seu nome está associado aos nilotas que, como o nome indica, habitam a região sul do vale do rio Nilo, desde a Etiópia à Tanzânia, mas tendo-se espalhado também para o interior, incluindo a República Democrática do Congo.

Crianças acholi em Kitgum

Kitgum é um distrito no Norte do Uganda com uma área de 9,773.63 Km2. A sua capital a cidade de Kitgum está a 452 kms da capital do Uganda ,Kampala
Um dos mais conhecidos povos deste grupo são os maasai, com cerca de 800.000 pessoas divididas entre o Kénia e a Tanzânia; os acholi do Uganda são outro povo nilótico.
Os povos que falam línguas nilóticas, uma das subdivisões da família Nilo-saariana, encontram-se não só no Norte de África, como na Nigéria - a língua kanuri, por exemplo, é falada por mais de 1,5 milhões de pessoas. Existe um tipo físico “nilótico” – alto esguio como os Dinka do Sudão do Sul os Tutsi do Ruanda e os Maasai.

A Antropologia que nos interessa aqui, é aquela que se preocupa mais com os casos particulares e menos com as regularidades culturais universais. A antropologia social não está muito interessada no estudo da evolução humana, por o considerar demasiado especulativo, A ambição de atingir grandes teorias e princípios capazes de explicar globalmente os fenómenos culturais está ( ou deveria estar) fora do seu propósito. Privilegia antes a informação recolhida através da observação participante e documentada.
Ensaiar compreender e definir “um todo social”, desconhecendo as particularidades que fazem aquele todo social, é um caminho pouco seguro e dado às mais fantasiadas histórias.
A linguagem é um dos aspectos mais importantes da cultura humana e será uma das chaves para nos aproximar da compreensão dos estágios comportamentais do ser humano.
Sabe-se que as teorias evolucionistas não explicam toda a diversidade cultural. Se existe uma unidade psíquica da humanidade, como se explica toda a diversidade cultural existente? A evidência etnográfica e histórica mostra-nos que nem todas as sociedades passaram pelos mesmas fases na sua “ marcha evolutiva” para a “ civilização” e que portanto não existe um modelo único de evolução tendo é que serem reconsiderados os conceitos: o que é uma civilização? evolução como e para onde?

“Pinturas rupestres de TASSILI no Sara Africano, que se julga terem entre sete mil e dez mil anos, mostram figuras femininas a transportar símbolos, como quartos crescentes, que em geral são associados a deusas do Egipto e do Próximo Oriente. O povo que criou estas imagens pode ter sido de facto influenciado pelos antigos Egípcios, mas os historiadores da Áfrika Negra afirmam que elas representam a figura da deusa original, da qual derivam todas as outras, já que se aceita que a vida se iniciou em Áfrika.”[2]
John G. Jackson (1907-1993), argumenta que, os povos do litoral africano eram bons marinheiros e exploradores, e que terão levado esta cultura matriarcal baseada na deusa para a Ásia, Europa, Américas e Oceânia.


Bender, M. Lionel,The Nilo-Saharan Languages:AComparative Essay, München:LincomeEuropa, 1996.
Joseph Greenberg, The Languages of Africa (International Journal of American Linguistics 29.1), Bloomington, IN: Indiana University Press, 1963.
John G. Jackson,
Runoko Rashidi, John Henrik Clarke ,Introduction to African Civilizations, 1974.

[1] PAUL CLAVAL, SINGARAVELOU, Ethnogéographies, Paris, L’ Harmattan, 1995, p., 19.
[2] HUSAIN, Shahrukh, Divindades femininas, Colónia, Duncam Baird Publishers, 2001, p., 30.

25/01/2009

ULUME ( Khoisan )


PHILLIPSON, David, African Archaelogy, Cambridge, Ediç.2ª, 1993

As diferenças físicas a que nós chamamos raças devem-se á selecção natural dos mais aptos na interacção com o meio ambiente que os envolve. A luta pela sobrevivência é comum, observa-se em qualquer forma de vida, e os organismos tendo a capacidade de adaptação, transformam-se.
O ser humano, é em primeira instância, fortemente condicionado pelo Clima e pelas disponibilidades alimentares. Sabe-se que as capacidades físicas e mentais de qualquer ser humano estão directamente relacionadas com as dietas alimentares.
Alguns especialistas acreditam poder detectar as diferenças rácicas e linguísticas a partir da análise genética[1] das populações modernas e das ossadas.
A análise genética sugere[2]que os antepassados dos povos San da Áfrika Meridional cedo se isolaram de outras populações humanas.
Da relação próxima entre os povos San e Khoikhoi, que casaram entre si, ambos são conhecidos e referenciados como Khoisan.
A sua ancestralidade pode ser atestada pelas inúmeras pinturas rupestres que foram deixando pelos caminhos do tempo.
Arte rupestre Khoisan


http://urzeira.blogspot.com/2007/01/kung-san.html

Na zona do Kalahari, encontra-se uma das variadas formas destes caçadores-recolectores, conhecidos pelos Bosquimanos-Hotentote-Bochimane e identificados com a linha Khoisan.
Extensa área partilhada pelos actuais territórios da África do Sul, Namíbia e, sobretudo, Botswana. A Norte, algumas franjas entram por terras angolanas.


Deserto Kalahari

Os Primeiros habitantes do Zimbawe foram os Bosquímanos, Khoi - Khoi, e os agricultores Bantu, que são normalmente, indivíduos que têm uma subsistência ligada à agricultura e/ou à pastorícia. Em 500 - 1000a.C., vieram os Gokomeres (um grupo bantu), que ocuparam aquela zona e escravizaram os povos San.
Passado muitos anos, no século XI nasce a Sociedade Shona, que foi uma das mais ricas e poderosas sociedades, que também era ligada à agricultura. Hoje em dia as línguas faladas são: Shona, Ndebele e Inglês.[3]


Criança Bosquimana

Khoisan, Afro-Asiático, Nígero-Congoleza ( Bantu) e Nilo-Sariano, são as quatro famílias etno-linguísticas do continente Africano e como se pode ver pelo mapa acima as duas famílias a Afro-Asiática e a Nigero-Congoleza ocupam de longe áreas maiores.

[1] M.H. e D.V. Nietecki, Origins of Anatomically Modern Humans, Nova York, 1994.
[2] ILIFFE, John, Os Africanos história de um continente, Lisboa, Ediç.1ª, 1999.
[3] http://www.geocities.com/nucleoantropologia/trabalhos_alunos/mugabe.doc

24/01/2009

ULUME (1960/70)


Nos termos “ dum regime de correcção progressiva”[1] e “como indicações que poderão, os interessados, instruir as suas próprias investigações” escrevia José Redinha na introdução ao seu livro Distribuição Étnica de Angola. Este "espírito" é de preservar para se fazer uma história , não para encontrar culpados ou inocentes, melhores ou piores seres humanos, mas sim, para uma aproximação aos "reais kotidianos". Sabemos hoje dos condicionantes na acção da descrição que qualquer ser humano faz de outros acontecimentos passados ou presentes, já que ele próprio tem seu arquétipo cultural. Seguro será a auscultação de variadas fontes que nos fornecem outras pistas ,outras ideias, pois que a existir, a verdade, está mais próxima da diversidade do que de “ uma opinião só “.
Convém contextualizarmos no espaço e tempo a elaboração do Mapa Étnico de Angola, pois que ele antece os fluxos migratórios que aconteceram depois daquela data.
É pacífica a ideia de que, na sua maioria Angola é uma Nação Bantu. Não só pela identificação etno-linguística, mas também por variadíssimos outros reflexos culturais.
Quero frisar os trabalhos realizados por MEJU MA JIKUKA e expostos no seu blogue, de extraordinária importância para a Etnografia e a Etnologia, disciplinas que nos orientam para o objecto a compreender , está ali , acontece , fazemos parte.

Soba Kioko



Sombo,Lunda-Angola


Segundo o citado mapa de José Redinha Angola tinha ( 1960) os seguintes grupos etnolinguísticos:

Kikongo - Umbundu - Vaambo-Ambó - Kimbundu - Ganguela
Herero - Lunda-Kioko - Nhaneca-Humbe - Oshindonga-Xindonga


http://mesumajikuka.blogspot.com/
[1] REDINHA, José, Distribuição Étnica de Angola, Luanda, Edic.8, 1974.

22/01/2009

ELUME 1

infini-Ralph Maigrette


A ideia de que as unidades geográficas deveriam ser uniformes de uma secção para outra e abranger regiões culturais coerentes, é pouco consistente.
Estamos a tratar de espaços físicos enormes e de somas de tempo que nos escapam. Por outro lado partir do pressuposto “ à priori”, englobando a Europa, a Ásia e a África, num exercício “da frente para trás” como o todo que define particularidades de cada secção geográfica, não será o método científico mais proveitoso.
Partir de um local específico ( fracção geográfica)implica ter o local como objecto de estudo para assim ( acção presencial) revelar-se a metodologia mais adequada, pois por ela é condicionada.
Sabemos da nossa tendência para extrapolarmos métodos originados , que se mostraram noutros locais, esquecendo a condicionante do lugar com seus climas ,situação geomorfológica e as diferenciadas interacções dos diferenciados elementos que entram no processo interactivo. O reflexo do objecto cultural é ali no local que se dá. Cada específico local ( qualquer lugar do planeta) gera culturas específicas próprias do lugar. Comparar, transladar conceitos e métodos é atractivo e simples, mas por ser simples, não nos dá uma visão completa da situação.
O tempo absoluto não é ainda do domínio do ser humano. O tempo que vira as páginas das glaciações, que assiste ás sucessivas dinastias humanas, não nos lega tratados ou pareceres, por estar demasiado “ocupado” com o seu “ ser tempo”. Resta-nos a linguagem técnica (pela boca dos historiadores) que é ao mesmo tempo precisa e vaga.
O reconhecimento da Arqueologia torna-se assim uma ferramenta imprescindível, não para chegar “ á verdade pura” mas tão somente para um começo de análise onde as “coisas” se passaram realmente.
Tenta-se assim traçar uma perspectiva histórica do continente Africano, sem comparações com, ou condicionantes que preconceituam.


Nota: A jazida Olduvai, na Tanzânia é um dos lugares paleolíticos notáveis. Cinco camadas, atingindo uma espessura de uma centena de metros, apresentam numerosos restos fósseis humanos e uma colecção de instrumentos líticos muito abundante(1). O Homo habilis e Zinjanthropus teriam evoluído lado a lado. Outros Paleontólogos pensam que estes dois fósseis humanos pertenceriam a um mesmo grupo, o dos Australopitecos.

Mapa mostrando a área de investigação

Pesquisas na região Mutunda/ Karuma situada no norte do Uganda, baseada nos achados arqueológicos, etnográficos e históricos a fim de analisar a história dos Palwo assim como as suas tradições em matéria de cerâmica.
Dr. Kiyaga-Mucindwa, in The African Archaelogy Network.

Mapa da localização de Zanzibar

Em Zanzibar observam-se os métodos de agricultura praticados pelos povos Bantu que se encontram distribuídos em todo o centro, este e sul da África.
Abdurahman M. Juma, in The African Archaelogy…

A análise metalúrgica do material escavado em Kilwa Kisiwani, no sudoeste da Tânzania, mostrou que o ferro era produzido localmente, com vista a provável cunhagem de moeda.
Mapunda, Felix A. Chami, in The African Archaelog



(1) Andre Leroi-Gourhan, Pré-história, São Paulo, Pioneira Editora, 1981
"The African Archaelogy Network: research in progress ". Studies in the African past. Vol. 5, Dar es Salam, 2006.

20/01/2009

ULUME

Afó-Artista Angolano
A história da evolução humana, ainda está ser reconstruída com as partes dispersas que sobreviveram com a composição genética das populações actuais. Com a separação dos hominídios ( antepassados dos seres humanos) dos seus parentes animais mais chegados, os antepassados dos chimpanzés, numa época situada entre 6 e 4 milhões de anos atrás, quando o clima africano estava a arrefecer e a secar, criando a savana, na qual era tão útil andar como trepar. Os primeiros hominídios de que temos conhecimento foram os Australopitecos, dos quais só em Áfrika foram encontrados vestígios; o testemunho mais remoto provém do árido vale de Awash, no norte da Etiópia, e data de há 4,4 milhões de anos. Os seres humanos descendem de Australopitecos de constituição frágil ou de um antepassado comum a ambos.


Os testemunhos mais antigos da existência humana, provêm de antigos depósitos aluvionares em margens de lagos na garganta Olduvai, na Tânzania, em Koobi Fora ( Turcana Oriental), no Kénia e na margem ocidental do lago Niassa. Datam de há cerca de 2 milhões de anos. O Homo habilis nos seus esqueletos indica vários seres humanóides.
Os registos arqueológicos revelam que , há cerca de um milhão e oitocentos mil anos, surge um ser humano mais avançado. Os primeiros exemplares de Homo erectus e de machados manuais, provêm das margens de antigos lagos situados na região oriental de Áfrika, embora tenham sido encontrados utensílios de pedra noutras zonas do continente afrkano, nas proximidades da água, raramente nas florestas topicais, onde o alimento era escasso.
O primeiro Homo sapiens, com um cérebro um pouco maior, surgiu há cerca de 400 000 anos e na sua evolução anatómica deu origem ao ser humano moderno. Existem divergências e controvérsias veja-se a obra Origins of Anatomically Modern Humans de M. H. e D.V. Nitecki,1994.

A certeza é maior quanto às evoluções registadas no continente africano, visto que o ser humano anatómicamente moderno aperfeiçoou os seus utensílios de pedra, fabricando lâminas e pedra a partir de lascas e depois equipando pequenas pedras pontiagudas com cabos de madeira ou de osso, uma fase que deverá ter ocorrido há cerca de 45 000 anos na Áfrika Meridional. A indústria microlítica do Vale do Nilo ( cerca de 35 000 a.C.)(1) talvez o primeiro exemplo da indústria mineira que se conhece no mundo. Situada em Iwo Eleru, na região ocidental da Nigéria, ( 10 000 a.C.) outra indústria mineira, revela-nos que aquela tecnologia chegara aos limites da floresta Ocidental.


A partir de diferenciados modos de fabricação dos utensílios, com um contributo pouco significativo das migrações, os niveis de resposta tecnológica aprimoraram se, pois a exploração de ambientes locais oiriginavam uma crescente perícia. Dada a imensidão do continente a população total parece ser menor.

Os despojos de cerca de 200 pessoas deste período microlítico, descobertos numa gruta em Taforalte, em Marrocos, revelam poucos sinais de violência, mas uma elevada taxa de mortalidade infantil, uma forte hibridação e muitas doenças crónicas como a artrite, o flagelo dos povos antigos.
Em Áfrika, a longa história da evolução humana, a abundância de animais selvagens e a imensidão de insectos criaram um espectro de doenças particularmente rico e dicersificado e muito superior ao das regiões tropicais das Américas.

(1)African Archaelogical Review,8, 1990 de P.M.Vermeersch, E. Paulissen e P. van Peer
Os Africanos história de um continente, Iliffe, John, 1995

18/01/2009

ELUME

Os pioneiros da humanidade
Figura Nok em terracota
"Os Afrikanos foram e continuam a ser os sertanejos que colonizaram uma região do mundo particularmente hostil, a bem de toda a raça humana. Tem sido esse o seu principal contributo para a história. Por isso que são dignos de admiração, de apoio e de uma análise cuidada. Os temas centrais da história de Àfrika são o povoamento do continente, a capacidade de coexistência entre o ser humano e a natureza, a criação de sociedades resistentes e a sua defesa da agressão proveniente de regiões mais favorecidas. Como diz um provérbio do Malaui, [ São as pessoas que fazem o mundo; o mato tem feridas e cicatrizes] Por isso, o coração do passado africano é constituído pela história de um único povo que une os primeiros seres humanos aos seus descendentes vivos."
ILIFFE, John, Os Africanos-história dum continente, Terramar,1995
A Ilha do Corvo situa-se entre Europa e América do Norte, é de origem vulcânica, e para que conste, os seus primeiros povoadores foram Afrikanos. Data: 1500.
Tá aí mais um exemplo da força e coragem.



Na sua descrição da ilha ,Gaspar Frutuoso no ultimo quartel do século XVI, refere concretamente a existência destes escravos negros, de mulatos...
FRUTUOSO, Gaspar, Livro Sexto das Saudades da Terra, Ponta Delgada, ICPD, 1963



14/01/2009

Dia Internacional dos Povos Bantu.

N'DEBELA CASSULE
"Mil emoções, mil paisagens culturais"

Em Áfrika fica-se fascinado pela forma harmoniosa como grupos étnicos coexistem em muitos países. É verificável esta realidade. Só que por vezes e não são poucas, os ignorantes ( ignorante no sentido daquele que ignora) tecem falácias, ficcionam no âmago dos seus desesperos, acabando por eles próprios acreditarem nas suas mentiras.

As tensões crescem em Áfrika, como em todo o lado, quando as pessoas não vêem outra saída da pobreza a não ser lutar contra os vizinhos por recursos em desaparecimento.

No seu trajecto de Ser Humano me contem por favor quem não o fez assim?

Por outro lado explora-se esta animalidade latente que está em nós ( como seres humanos), veja-se ou oiça-se qualquer noticiário de qualquer País: a desgraça, a intriga a morte são o Pão de que se alimentam; é mais sensacional e retumbante a escrita da morte.

No aconchego dos seus lares, choram até uma lágrima de pena , mas no dia seguinte lá estão na fábrica de armas fabricando mais balas e mísseis. Nem consigo classificar isto de hipocrisia mas sim IGNORÂNCIA

Muitas zonas de Áfrika possuem grande abundância de recursos: os rios da Áfrika Central são activos geradores de energia hidroeléctrica. Tem muita gente que ri e é feliz , existe um futuro.

Transportar modelos de governação que são intrínsecos de uma geografia, porque apelidados de “modernos” “evoluídos” “ civilizados” por isso logo aceites, constitui a meu ver o erro crasso.
Com os falhanços das ditas “evoluídas democracias” verificamos, cruamente, que afinal “ estava o roto a falar do mal remendado?”

Saúdo então o dia o 8 de Janeiro como Dia Internacional dos Povos Bantu.

10/01/2009

MUSEU NACIONAL DA ESCRAVATURA EM ANGOLA

Museu da Escravatura conta com novos livros sobre a escravidão

O Museu Nacional da Escravatura conta agora com mais uma vintena de livros e suporte audiovisual sobre a escravidão, doados pela antropóloga afro-americana Sheila Walker, que esteve em Angola de 10 a 15 deste mês.
Uma nota de imprensa do museu, assinada pelo director geral, Simão Soundouila, informa que a doação de Sheila Walker ocorreu à margem do encontro que manteve recentemente, em Luanda, com os membros do Comité de Angola do Projecto da UNESCO “A Rota do Escravo”.“Os livros abordam vários aspectos do tráfico negreiro entre a costa africana, americana e das Caraíbas, a evolução histórica no novo mundo dos cativos, bem como a perpetuação nesta região das suas culturas de origem, a sua nova organização social, a neo-criação artística e literária”, referiu.A nota salienta ainda que os livros e discos definem o tráfico negreiro transatlântico como um puro mercado, a dimensão geopolítica e geoestratégica desse negócio, a contribuição da mão-de-obra negra na expansão do arroz no continente americano e no conjunto insular caribenho, entre outros aspectos do quotidiano dos escravos.
Fonte: Angola Press - Editado por AD Tuesday, 19 February 2008

O Museu Nacional da Escravatura, em Angola, ligado ao Instituto Nacional de Patrimônio Cultural (I.P.N.C.), se encontra na estrada que liga Luanda à Barra do Kwanza. Para sediar o museu, foi escolhido o interior de uma capela do século XVII, a denominada “Capela da Casa Grande”, localizada no Morro da Cruz, bairro afastado da cidade de Luanda, capital do país, a oeste do continente africano.



-UM MUSEU NA CAPELA DA CASA GRANDE -
O Museu da Escravatura de Angola é uma das instituições mais destacadas do país, e, de acordo com informações obtidas no local, foi criado com o objetivo de informar sobre a gênese da essência da história da escravatura em Angola.As instalações da sede do museu, em função da realidade do próprio país, são relativamente modestas. Apesar da simplicidade, o singelo museu é motivo de orgulho e identidade dos angolanos, que lhe atribuem um enorme valor e reconhecimento, funcionando como local que abriga os testemunhos da história de seus antepassados, que vivenciaram a escravidão e o sofrimento do povo angolano.Criado em 07 de dezembro de 1997, o Museu da Escravatura está instalado na propriedade do Capitão de Granadeiros, D. Álvaro de Carvalho Matoso, Almirante das Naus Lusitanas para as Índias.D. Álvaro, Cavaleiro da Ordem de Cristo, era filho de D. Pedro Matoso de Andrade, que foi capitão-mor dos presídios de Ambaca, Muxima e Massangano, em Angola, e um dos mais inveterados comerciantes de escravos da costa africana, na primeira metade do século XVIII. Este português deu origem à família européia mais antiga, que ainda possui alguns descendentes em Angola, ora com os nomes de “Matoso de Andrade e Câmara”, ora com a denominação de “Câmara Pires” . Apesar de D. Álvaro ter falecido nessa residência em 1798, hoje sede do museu, seus familiares e herdeiros continuaram a exercer o tráfico de escravos durante mais de 2 séculos, quando este foi cancelado em Portugal, sendo definitivamente abolido em 1836.A Capela da Casa Grande, onde se localiza o museu, é de grande representatividade histórica, e era o lugar onde os escravos eram batizados antes de embarcar nos navios negreiros que os levavam às colônias.
- A EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE ABOLIÇÃO -

Gravura retratando torturas aplicadas aos escravos
No museu, o visitante pode aprender um pouco mais sobre o processo de abolição do tráfico de escravos através da seguinte evolução cronológica:· Dez/1836 – Um decreto é apresentado à Rainha de Portugal, D. Maria II, pelo Visconde de Sá Bandeira, 14 anos depois da independência do Brasil. No documento, apesar de não constar nada relacionado diretamente à causa da abolição da escravidão, nem à circulação dos escravos em território africano, já se proibía a exportação dos escravos através do mar para as colônias da América.· 1850 – O Brasil fecha seus portos à importação de escravos, dando início ao processo de decadência do tráfico de escravos.· 29/04/1858 – É expedido decreto prevendo a liberdade dos escravos nas colônias, que só ocorreu, de fato, 20 anos depois desta data.· 25/02/1869 – Um decreto real declara “libertos” todos os que eram escravos nessa data, estabelecendo, entretanto, que eles deveriam continuar prestando serviços a seus antigos donos, em troca de um pequeno salário.· 28/04/1875 – Um decreto dá a liberdade definitiva aos “libertos”, um ano após esta data, mantendo-os, porém, sob a tutela pública até 29/04/1878. A partir de 1878, preparam-se as leis trabalhistas que iriam estabelecer regras diferentes das leis européias para as colonizados. Desta forma, foi oficialmente estabelecido o fim da escravidão nas colônias portuguesas, não deixando, porém, de se evitar que as legislações corruptas incluíssem regulamentos que permitiam formas de trabalhos forçados, mesmo existindo um contrato de trabalho formal. Estes regulamentos só eram aplicados aos cidadãos das colônias, chamados de “indígenas”.· 1961 – O Decreto-Lei 39.666 revogou o “estatuto indígena”, passando a considerar todos os cidadãos das colônias como “ cidadãos portugueses”.· 13/12/1961 – Um diploma legislativo extinguiu a “taxa pessoal anual” ou “imposto indígena”. Em seu lugar, foi criado o “imposto geral mínimo”, que deveria ser pago por todos os cidadãos portugueses de todas as raças e condições sociais.

- POPULAÇÃO ESCRAVA -
Com base em dados de 1950, o número de escravos, de origem africana, existentes no continente americano, estava distribuído da seguinte maneira: EUA e Canadá – 31%; México e América Central – 0,7%; Caraíbas – 20%; América do Sul – 48%.No Brasil, no período de 1701 a 1810, os escravos angolanos representavam 68%. De 1817 a 1843, a quantidade diminuiu para 42%. Cabe destacar que, em 1843, os escravos de origem angolana somavam 33% dos escravos traficados para o Continente Americano. Neste mesmo período, dos 385.000 escravos exportados da África Central, 243 mil saíram através dos portos de Cabinda, Zaire, Ambriz, Luanda e Benguela.O Morro da Cruz, em Luanda, onde atualmente está localizado o Museu da Escravatura, era um desses portos de embarque de escravos.

Museu Nacional da Escravatura
End: Capela da Casa Grande
Morro da Cruz – Luanda – Angola
Horário de visitação: das 09 às 16 h