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19/06/2009

Rotina retórico-ideológica


Na doce ciência da murraça, espero uma chegada, um regresso.
Aquiles será compatível com a pólvora e os neutrões?
No entanto a poesia , dá a sensação de franquear impetuosamente a temporalidade, conquistar o signo verbal.
Se me destruo é porque não há lugar para mim. E eis que choro como uma criança, tão cheio de vida é este mal.
Máquina paradoxo, grávida do próprio ressoo, do duplo espaço branco.
Vazar os muros cronológicos, do estático e homogéneo, a intenção sublime de confrontar o ópio alienado dos ileteratos, ser se uma alma no mundo.

Pergunta mansa e expectante:

Se aprendo silabando o ler e interpretar, os meus olhos ficarão apartados da plenitude imediata de ver?
O inferno é a visão de uma viagem, tesouro de artifícios, na realidade, a cisterna retém, a nascente transborda.
Não se morre de dor: esse o vil castigo.
Somos vasos de carne e osso e o poema dá nos um Narciso que se nega a si mesmo, na realidade os ácidos corroem os vasos que os contêm. Porque não? Já se colhem flores no Inverno.

No tempo do “tempo de antes” não havia tempo, refugiado em coisas que não sou, apavora me de vir a ser, assim como um sonho hermético que nunca acorda, na realidade foram dois burgueses que falaram de comunismo.

Este esforço de transpor para o som da voz o som das coisas será o tal mítico cantar da sereia?

Concentro me no campo semântico que na sua estratégia de ir e vir é sempre mais lento e sinuoso que a percepção visual.
Uma esperança de nos escutarmos poetando todas as fases, fenda radical de onde brota o sujeito, está a dor!
A metáfora é só experiência calada?
E o texto narrativo , só lembranças e sonhos?

Se calhar, tão somente a necessidade de amarrar nos fios do alegórico, o nó existencial recorrente, nos insolúveis caminhos, na realidade, o cânon literário é o passado a reger o presente; chegados aqui podemos verter algumas lágrimas nostálgicas.
A Razão assumindo as milenares funções da religião e arte… huuumm… não acredito.
Proliferam os signos em toda a parte e tempo, mas cadê? a jornada inesquecível da experiência, geradora de significados.

1 comentário:

Anónimo disse...

Kim querido!
É imprenssão minha ou vc está muito bravo hoje?
Achei seu texto cheio de indignação, mas isso não tira a qualidade do texto.
Bjs carinhosos pra vc.