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24/07/2009

OS SÍMBOLOS



Uma medalha de plástico, recebera como espólio – caminhante humano - podiam ser vales de refeições, mas não, a categoria que figurava no seu cartão de identidade não lhe conferia direito de utilização, e sob o nevoeiro citadino diluía se ( uivos em sangue), gravado de pranto o grito estilhaçou se nele.
Já era um desequilíbrio psíquico, querer fixar a imagem num plano concreto; os símbolos usam máscaras, o ontem e o amanhã que vivemos na paisagem presente, um fio de dias em colar sufocante.
Quando lhes falei da imaginação da matéria, com pinças pontiagudas esterilizaram logo a imaginação. O mundo sem imago não é alcançável.
Um outro ser está na outra margem, em milhas de lonjura. È aquele que a tarde arrebatou, o guerreiro que não cessou de falar da terra prometida, foi ardendo sagrado sem descanso.
Na ilha longínqua os humanos eram feios e obesos, mas nada disso se via, cada um somente revia a sua imagem, e nunca aceitaram que a linguagem é vitalmente metafórica e que o inconsciente é mais poético.
A linguagem e a razão discursiva vieram depois do símbolo, altere se então o dado bíblico: ” no princípio era o [verbo] símbolo”.
“Levanta te, ó Senhor da floresta, ao cima da terra!” assim evocava o Rig Veda III,8, 3.
Ainda é e está viva a imagem arcaica da Montanha Cósmica, a Àrvore do Mundo e o Pilar Central, embora quase ninguém as queira ver.
O Umbigo da Terra terá se deslocado, algum milímetro cósmico, e seria ali o centro da comunicação entre a Terra, O Céu e o Inferno?

17/07/2009

POETAS





“Jay Forrester demonstrou matemáticamente, com os seus modelos computorizados de cidades,
em que torna claro que qualquer coisa que nos propomos fazer, com base no senso comum,
inevitavelmente tornará as coisas piores, e não melhores.”

Temos de confiar nos nossos cientistas para nos ajudarem a descobrir o caminho mais curto, mas
para o percurso mais longo do futuro dependemos dos poetas.

Um poeta é afinal, uma espécie de cientista, mas empenhado numa ciência qualitativa em que
nada é mensurável.

Nos seus versos, ele pode juntar meticulosamente peças do universo, em configurações
geométricas tão belas e equilibradas como cristais.
Os músicos e os pintores escutam e copiam o que ouvem.

11/07/2009

HUBRIS

Chet-zar



O nosso eu estará numa fase acelerada de envelhecimento, agora que os cientistas, clonando, eliminam metaforicamente a morte. Pensava eu que o uso da metáfora era uma exclusividade dos prosas e poetas desta vida.
Criaremos um Eu verdadeiramente órfão que escolherá sem piedade o que lhe for inadequado, pela violência contra a singularidade e então sim, dizem a Biologia e Astrofísica, haverá pouco mais de substancial.
Na verdade os Híbridos vencem, o ADN recombinante mostra garras e dentes, e a Hubris pavoneia se incansável.
A Etimologia, que também é uma ciência, vem sofrendo nas últimas décadas ataques levianos e puramente caprichosos de muitos académicos irresponsáveis.
A palavra – híbrido - é relativamente moderna, mas imediatamente por detrás dela, a nu, está a palavra latina Hybrida, que era nome de filho indesejável do cruzamento dum javali com uma porca doméstica.
Recuemos então às origens mais remotas: antes de ser Hybrida, era Hubris, uma palavra do grego antigo, que significava, arrogância, insolência, contra os Deuses; Hubris tem duas raízes Indo – Europeias, Ud , que significava “ para cima” ou “para fora”, e Gwer, “violência” e “força”. Afronta era o seu sentido geral.
Hubris adquire nacionalidade inglesa no final do século XIX, passando imediatamente a calão, e descrevia uma pessoa que usando deliberadamente uma elevada capacidade, se metia em sarilhos.
Aos produtos dos Botânicos e Zóologos, juntam se as combinações entre os ácidos nucleicos de células de mamíferos e de bactérias a serem produzidas em sistema fabricial, o verdadeiro estado de demência.
Hubris é palavra poderosa e transporta em si ( até aos nossos dias) o peso da desaprovação.
E aquela mentalidade que concebeu a fusão e cisão do átomo, primeiro para destruir “ a cidade” e depois para aquecê la, a que constroi os aditivos alimentares é também a fabricante das minúsculas particulas de plástico, a mesma que leva o ser humano a fabricar um híbrido de si próprio.
Convém não nos distrairmos fatalmente desta Hubris, e ficarmos embevecidamente orgulhosos só com os olhos postos nos plasmas do telemóvel, televisão ou computador.

BRRRRR... o frio nesta humanidade, é de rachar.


04/07/2009

Escada Coxa

Robert Morris
Auto manipulação

Escada coxa
[ manca].

Humanos degraus
passos

a cima
´para baixo

tontura...
falta o corrimão

sem apoio
no inesperado
estatelo me...
Patamar.

vinha descendo...

subindo?